US Doppler hepático:
quando solicitar este exame e qual a diferença do exame convencional?
Sempre nos perguntam sobre quando solicitar o Doppler hepático e como interpretar os achados. Resolvi escrever este artigo com uma abordagem mais genérica para poder auxiliar não só os ultrassonografistas, mas também os nossos colegas clínicos que podem ter essa ferramenta disponível, mas nem sempre sabem quando isso pode ser útil na sua rotina.
Então vamos lá, pra começo de conversa, o que esse tal “Doppler” nos fornece no exame de ultrassonografia?
Essa ferramenta associada ao modo-B fornece informações complementares hemodinâmicas que permite ao ultrassonografista interpretar estes achados dentro de um contexto clínico.
Durante o exame, observam-se as características morfológicas e estruturais do órgão (ao modo B) como tamanho, superfície, margens, ecogenicidade e ecotextura. Além disso, observa-se também a distribuição arquiteturas dos vasos intra-hepáticos (ramos portais, veias hepáticas), na região portal (veia porta, veia cava caudal, aorta e artéria hepática) e as veias tributárias do sistema portal (tudo isso em modo B, ao mapeamento colorido e ao mapeamento pulsado). Fornece então, informações hemodinâmicas destes vasos (presença de fluxo/ perveidade, direção, velocidade e comportamento hemodinâmico do leito vascular através de cálculos e avaliação da morfologia da onda). Por se tratar de um exame complexo, o tempo de execução é mais longo e impossibilita a realização do mesmo em conjunto com o exame do restante da cavidade abdominal.
Se é assim, após o resultado da varredura abdominal completa… quando DEVO solicitar o exame ultrassonográfico Doppler hepático??
Resumidamente em 3 situações: a) quando tenho a suspeita clinica de hepatopatia ou alterações vasculares hepáticas, b) para ter um prognóstico mais preciso em situações agudas e crônicas (e preciso saber se há hipertensão portal), e finalmente, c) para acompanhar a evolução de casos mais crônicos. Dentro deste contexto podemos dizer que:
1) com finalidade diagnóstica
– malformações vasculares congênitas (desvios portossistêmicos e fístulas arteriovenosas)
2) com finalidade prognóstica
– verificar repercussão hemodinâmica de esteatose hepática, cirrose hepática, hepatites e fígado cardíaco
3) para o acompanhamento da evolução clínica de hepatopatias crônicas
– avaliação de hipertensão portal e suas consequências
Para saber mais sobre o assunto verifique em nossas redes sociais as diversas postagens sobre o tema. E se você quer aprender a técnica procure nosso curso presencial e online sobre o assunto.
Até a próxima navegantes!