O que é avaliado

A avaliação ultrassonográfica do estômago engloba alguns parâmetros que já são estabelecidos, tendo-se assim valores de normalidade que devem ser consultados para a pesquisa de possíveis alterações. Suas relações anatômicas, espessura e estratificação da parede, conteúdo luminal e número de movimentos peristálticos são os parâmetros avaliados pela ultrassonografica.

 O estômago do cão encontra-se caudal ao fígado, na região xifóide e atravessa a cavidade abdominal em um eixo perpendicular à coluna vertebral. Já o estômago do gato encontra-se mais à esquerda, onde encontram-se o corpo e o fundo, com o piloro localizado em região mais central.

Para realizar a medida da parede do estômago é necessário que haja algum conteúdo intraluminal, já que com o estômago vazio, não é possível diferenciar muito bem a região entre as rugas gástricas.

Imagem: Dra. Camila Luba

A presença de gás intraluminal pode atrapalhar a visualização deste órgão, sendo possível apenas identificar a parede mais proximal do estômago.

É fundamental que seja feita a avaliação do piloro, já que muitas doenças se apresentam principalmente nesta região.

Independente da presença de conteúdo luminal, a estratificação perietal é avaliada e quando normal, podemos identificar cinco camadas ultrassonográficas, que se intercalam entre hiperecóicas e hipoecóicas, que correspondem a interface lúmen-mucosa e, as camadas histológicas mucosa, submucosa, muscular e sereosa (sentido lúmen-periferia).

Já a avaliação do conteúdo gástrico é dependente do tipo de dieta da qual o paciente é submetido, bem como o período de jejum prévio ao exame.

As principais indicações na avaliação do estômago

Sendo assim, as indicações da avaliação gástrica ao ultrassom são aquelas das quais a suspeita clínica está em confirmar ou descartar possibilidades diagnósticas que envolvam alterações tanto de conteúdo luminal quanto de parede. Dentre as condições clínicas e suspeitas clínicas mais pertinentes ao ultrassom de estômago, podemos citar:

  • Náusea, êmese, regurgitação persistente e recorrente;
  • Anorexia;
  • Apetite seletivo;
  • Diarreia persistente ou crônica intermitente;
  • Abdome agudo;
  • Perda de peso;
  • Dor abdominal;
  • Massa abdominal à palpação;
  • Histórico clínico de ingestão de corpo estranho;
  • Processo inflamatório ou infeccioso (gastrite, edema, úlcera);
  • Intususcepção gastroesofágica ou gastroduodenal;
  • Neoplasia.

Correlações

A ultrassonografia do estômago auxilia ainda na determinação de condições gástricas que são secundárias a outras patologias, como edema gástrico (geralmente secundário à hipoproteinemia/hipoalbuminemia) ou gastropatia de aspecto urêmico. A Caracterização destas condições é de fundamental importância para que seja identificado o problema de origem.