O envelhecimento é um processo que envolve alterações morfológicas e funcionais de todos os órgãos, e consequentemente, compromete progressivamente a coordenação das funções e da adaptabilidade. É um processo fisiológico de redução progressiva das funções biológicas (De Nardi et al., 2002).

Mas quando nossos pets se tornam idosos? A geriatria é um ramo da Medicina Veterinária voltado ao estudo das afecções e do que acontece com os animais que já passaram por 75% de sua expectativa de vida. Assim, cada espécie tem um ciclo de vida esperado. Como bem sabemos os cães de menor porte tem uma expectativa de vida mais longa, atingindo a faixa geriátrica em uma idade mais avançada (a partir dos 10 – 11 anos). Já os cães de maior porte a atingem um pouco antes, variando de 7 a 10 anos.

O tempo causa uma série de efeitos metabólicos e físicos que reduzem a capacidade do indivíduo em manter o equilíbrio interno do corpo, resultando em lesões diretas ou indiretas nos próprios mecanismos de auto regulação. O resultado final é uma apresentação simultânea de disfunções progressivas e irreversíveis que se acentuam com o tempo e levam a morte (Hoskins, 2008).

Podemos citar como alguns dos principais efeitos da idade em cães e gatos a alteração na capacidade auditiva, mudanças de comportamento de micção e higiene, mudanças nos hábitos alimentares, problemas respiratórios, alterações da visão, mudanças no peso (aumento da quantidade de gordura) ou diminuição (perda de massa magra/ muscular), alteração no padrão sono-vigília e cansaço. Uma característica comum dos sistemas orgânicos senis é a alteração progressiva e irreversível.

Além disso, o envelhecimento representa o único fator de risco bem conhecido para o desenvolvimento do câncer. A idade avançada está associada com o aumento da incidência de cânceres benignos e malignos (Hoskins, 2008). Dados epidemiológicos apontam que em cães a incidência de câncer é de aproximadamente 1 em cada 3 indivíduos idosos, e em gatos esta relação é de 1 caso para 4 – 5 (Leandro & Sá, 2016). Porém, ainda há uma grande necessidade de reconhecimento do câncer e sua relação com doenças crônicas; uma causa de alto índice de mortalidade em pequenos animais (Argyle & Blacking, 2008).

As principais causas de morte do cão idoso são os tumores, seguido da doença renal crônica. Estas duas condições juntamente com endocrinopatias, hepatopatias e doenças cardiorrespiratórias são os principais processos patológicos a considerar nos pacientes geriátricos. Além destas, ainda devemos considerar de importância epidemiológica as doenças de natureza degenerativas e suas complicações que afetam os diversos sistemas. (Goldston, 1999).

Os animais idosos raramente possuem uma única doença, e sim uma combinação particular de múltiplas doenças orgânicas com níveis variados de disfunção. Sendo assim, o conhecimento das alterações patológicas comuns associadas com a idade e seus efeitos sobre as funções vitais, permite que o médico veterinário planeje a abordagem adequada para cães e gatos idosos (Hoskins, 2008).

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